quinta-feira, 17 de junho de 2010

A pipoca e o fogo.

Assim acontece com a gente.
As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa por ele fica do mesmo jeito a vida toda. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que não percebem e acham que o seu jeito de ser é o melhor.
Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor.
Pode ser fogo de fora: perder um filho, um amor, o pai, a mãe, o emprego ou ficar pobre.
Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio: Apagar o Fogo.
Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso a possibilidade da grande transformação também.
Imagino que a pobre pipoca fechada dentro de uma panela, cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que lhe esta sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação Acontece: Bum! E aparece como outra coisa completamente diferente, algo que ela mesmo nunca havia sonhado.
Bom, mais ainda temos o “famoso” piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusa a mudar. Acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o seu jeito de ser. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficaram duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria pra ninguém.

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